Igreja universal é condenada por explorar deficiente mental

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u436429.shtml


Os filha da puta vivem arrumando desculpa
e motivos pra te pegar, te usar, e depois te desprezar
Te tomam tudo, a vida, a grana e a alma
E ainda querem que você tenha calma
Por isso eu vou falar (pode falar)
Vou contar (pode contar)
Sobre os filha da puta que só querem te roubar
Fundam uma igreja ora vejam, onde já se viu
Enriquecer com a fé alheia (puta-que-pariu)
E é inútil tentarmos abrir os olhos do povo
Pois se um abre os olhos, mil olhos fecham de novo.
E eles dizem que você está com o demônio,
mas o demônio habita no seu patrimônio.
E eles farão o favor de tomar toda sua grana,
porque a grana pra eles é uma coisa profana
Só que aí, o demônio vai parar com quem?
No bolso do filha da puta que fica rico dizendo amém!

(Gabriel O Pensador, fdp3)

Essa não é a primeira ação do mesmo gênero. Pessoas que doaram para a Universal, Reino de Deus, Renascer e a Igreja Católica, já entraram com processos na justiça. Uns anos atrás a Folha fez um levantamento de alguns desses processos mais curiosos. Entre eles, havia o caso de um pedreiro, que solicitou a troca de uma escada para fazer serviço numa igreja da Universal, porque a que o pastor arranjou não ia sustentá-lo. Ao que o pastor insistiu: "Se tens fé, não cairás". O pedreiro teve traumatismo e quebrou vários ossos. Processou depois a Igreja.

Esse é o primeiro que eu tenho notícia em que uma igreja foi condenada.

Em geral, no Brasil, entende-se que o contrato entre a instituição religiosa e o crente não é como um contrato de consumidor-vendedor, então mesmo que o pastor tenha convencido (como é público e notório que eles fazem para qualquer um que já assistiu os programas evangélicos de madrugada na TV) que pode resolver os problemas da pessoa de desemprego, relacionamento amoroso, familiar, uso de drogas, etc., através da participação do indivíduo nos cultos e no dízimo, e que esse problema (obviamente) não foi resolvido, a pessoa não tem nenhum amparo legal para depois reivindicar o dinheiro investido, no caso raríssimo de um surto de lucidez a tenha tomado após os acontecimentos.

A propósito, a Universal comemorou seus 30 anos no ano passado. A Folha presenteou a Igreja com uma reportagem sobre seu império econômico, mas isso não é desconhecido de ontem. Isso já vem desde aquele escândalo do líder da igreja, Edir Macedo, pego pelos repórteres do Jornal Nacional em 95 ensinando os seus pastores a explorar (oops, pedir enfaticamente e de forma convincente dinheiro a) seus fiéis. A Igreja é dona de duas redes de TV nacionais, e para lá de mais de 30 estações de rádios.

E o escândalo da Renascer? Esse é tão fresco que não precisa relembrar nada.

Ainda assim, as igrejas continuam inabaláveis.

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